Arthur me filho querido,
Hoje escrevo-te com o coração nas mãos. Não porque sou o pai ideal, mas porque decidi tornar-me o pai que tu mereces. Cresci sem pai. Sem referência. Sem abraço. E isso deixou marcas profundas. A ausência dele moldou as minhas dores, os meus medos, a forma como lido com o mundo… e contigo.
Por muito tempo pensei que isso me tornava fraco. Mas agora percebo que a fraqueza seria continuar preso ao passado. A força verdadeira é esta: encarar a dor e transformá-la em amor. Amor por ti. Amor por quem ainda estou a aprender a ser.
Eu não sei sempre como demonstrar. O meu amor por ti às vezes vive mais no silêncio do que nas palavras. Mas está aqui, filho. Vive em mim todos os dias. Forte. Firme. Real. Vou aprender a ser mais carinhoso. Vou aprender a mostrar mais, abraçar mais, brincar mais. E mesmo quando eu não souber como, prometo nunca desistir de tentar.
Tu és o filho que sempre desejei. Esperei por ti com o coração cheio de fé, mesmo quando parecia impossível. Mesmo quando tudo dizia o contrário, eu nunca duvidei de que um dia te teria. Tu és a resposta da minha esperança. O milagre que se concretizou.
Quero ser mais do que presença. Quero ser refúgio. Quero que saibas que podes contar comigo para tudo na vida. Quero que sintas que sou teu amigo, teu parceiro, teu irmão de alma — não apenas teu pai. Alguém com quem podes sempre conversar, partilhar, confiar.
Filho, esta carta é a minha promessa. Não de perfeição, mas de presença. Não de saber tudo, mas de caminhar contigo — lado a lado — enquanto cresces… e enquanto eu também cresço como homem e pai.
Que um dia, quando olhares para trás, possas dizer com orgulho:
“O meu pai esteve comigo. Ele lutou. Ele amou. Ele ficou.”
Com todo o meu amor,
Teu pai.
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